Oficina

Inscrições: https://goo.gl/YSSHjL

 

Nossa Oficina do Filme Marginal vem traçar uma ponte entre personagens marginalizados e autores que se desenvolvem à margem do mercado audiovisual “oficial”. Vem desmistificar o processo de formatação de ideias em argumentos cinematográficos, compartilhando ferramentas e noções simples que, teoricamente, estão “abertas e acessíveis” para qualquer escritor criativo. Resgatar da marginalidade ideias, personagens e visões de mundo que são excluídos da grande mídia é, para nós, mais que uma utopia. É, antes, exercício concreto de livre expressão, traduzindo em imagem-e-som nossa diversidade cotidiana, à revelia de obstáculos sociopolíticos que concentram nas mãos de poucos o acesso às fartas verbas públicas disponíveis para o Setor Audiovisual no Brasil. Convidamos todos os interessados a trazer suas ideias cinematográficas para a discussão formal e temática da DRAMATURGIA DO DESENCONTRO – argumentos para um cinema contemporâneo. 
A Oficina ocorrerá em três encontros, nos dias 19, 20 e 21 de setembro de 2018, de 09 hs às 12 hs no auditório do Centro de Arte Hélio Oiticica, Praça Tiradentes, Centro.
Etapas da Inscrição
Cadastro – Enviar proposta através do formulário online, inserindo dados pessoais e informações sobre a IDEIA que quer transformar em ARGUMENTO. 
Período: 06 a 14 de setembro de 2018.
Seleção – A equipe da Mostra do Filme Marginal selecionará 15 candidatos/projetos e 10 suplentes para essa primeira edição da Oficina. 
Período: 15 de setembro de 2018.
Divulgação – Os projetos escolhidos serão divulgados na página da Oficina no Facebook e os candidatos selecionados serão contatados por email. 
Período: 16 de setembro.
Confirmação – Os selecionados terão 24hs para confirmar a participação fazendo o investimento no valor mínimo de R$ 40,00 (quarenta reais) e máximo de R$ 60,00 (sessenta reais). Os pagamentos serão efetuados através de uma plataforma online informada por email aos candidatos selecionados. Inscrições não confirmadas serão substituídas por projetos suplentes. 
Período: 17 de setembro.
Gratuidade
A Mostra do Filme Marginal vai sortear 3 (três) bolsas para pessoas que alegarem não ter dinheiro para fazer o investimento mínimo de R$ 40,00 (quarenta reais), como cota social da Oficina.
Convidamos todos as pessoas interessadas a trazer suas ideias cinematográficas para a discussão formal e temática da DRAMATURGIA DO DESENCONTRO – argumentos para um cinema contemporâneo, com Danddara.
IDEIAS-MATRIZ – Quarta 19/09 (09:00 / 12:00)
SABATINA – Quinta 20/09 (09:00 / 12:00)
ARGUMENTO – Sexta 21/06 (09:00 / 12:00)
SOBRE DANDDARA
Carioca, 49, cresce no mundo do samba. Premiada no Brasil e EUA, se expressa através do cinema, literatura, música e arte florestal. Fez a Oficina Literária Ivan C. Proença, estudou roteiro com Debbie Allen e Glória Perez. Inicia a carreira como atriz em 1985, com Bia Lessa. Em 1988, funda o Teatro Florestal do Rio de Janeiro. Começa no cinema em 1990, como assistente Paulo Rufino. Em 2000 dirige Gurufim na Mangueira, obra que insere a mulher negra como sujeito de narrativas fílmicas no cinema nacional. Em 2005 lança o curta Cinema de preto, com Abdias Nascimento. Revelada pela HBO-USA como a primeira mulher negra cineasta do Brasil. Em 2015 mudou-se para Campinas (SP), onde fez um curta com fotografia de Luiz Carlos Saldanha e música-tema de Chico Buarque recriada em versão hip hop. Em janeiro de 2018, seu perfil Autoimagem de uma cineasta negra é publicado na Revista Filme Cultura 63. O curta Desaparecidos (2017) abriu o XI Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul.
PERSONAGENS EM BUSCA DE NOVXS AUTORXS
De 3 modos sou deslocado, em matéria de sexualidade, em termos de pertencimento geográfico e cultural, e por não ter me tornado o profissional respeitável e bem casado que meus pais poderiam esperar. [Rotimi Fani-Kayode 1955-89]
Hoje, a tensão entre individual/universal, regional/global, que marca obras inesquecíveis da 7a arte, se inscreve em movimentos migratórios planetários de proporções épicas e desdobramentos frequentemente trágicos. Para navegar nesse oceano de identidades marginalizadas em busca de expressão tomaremos como inspiração imagens de Rotimi Fani-Kayode, fotógrafo anglo-yorubá que “examina ambos, o pessoal e o político, através do corpo masculino, explorando noções de desejo, espiritualismo e fantasia erótica para estudar deslocamento cultural e diferença sexual.” Essas, e outras referências imagéticas locais, guiarão nosso olhar para conflitos simbólicos urgentes, evocando a importância do papel social do Autor de cinema na contemporaneidade.
TEORIA – FORMA – CONTEÚDO
Como partir da ideia pra escrever o ARGUMENTO do filme? Escolher ideias adequadas é o desafio inicial. “Que ideia minha melhor dialoga com o cinema atual, local e mundial?” – o Autor deve perguntar a si mesmo. A ideia-matriz cinematográfica inclui na estrutura dramática questões sensíveis para toda uma network capaz de produzir a sinergia exigida pra realização. Eleita, a IDEIA é então submetida ao escrutínio de sabatinas mais implacáveis que as do Senado Federal. E esquartejada sem piedade. As boas ideias, ou suas partes aproveitáveis, sobreviverão. O que sobra é então martelado, espremido e encaixado no FORMATO audiovisual pretendido. A Oficina vai trabalhar escolha, dissecção e formatação de ideias-matriz para cinema. Em 3 encontros as ideias dxs 20 participantes serão examinadas individualmente e lapidadas até um esboço de argumento cinematográfico, contendo informações exigidas pra cadastrar propostas na ANCINE e FSA. Compartilharemos também noções sobre a lei de direitos autorais, associações de classe e remuneração de autores e roteiristas praticadas no Brasil; bem como perspectivas de colaboração internacional.
Tentaremos jogar luzes sobre obstáculos que afastam autores não-brancos, mulheres e outros agentes culturais “periféricos” do rico mercado audiovisual nacional, promovendo mesmice no âmbito das narrativas e concentração de renda na economia do Setor Audiovisual.